Mobilidade

Nos últimos anos, a proliferação de conteúdos multimédia, bem como, a sua distribuição pelos diferentes dispositivos dos utilizadores (portáteis, telemóveis, PDA, etc.), mudaram o paradigma das comunicações e de criação de conteúdos de uma forma jamais vista no passado.

O mercado português de dispositivos compatíveis com soluções em mobilidade (e-mail, posicionamento, navegação, automatização de forças de vendas, etc.) é ainda recente encontrando-se, contudo, numa fase de crescimento acelerado a procura de um conjunto de soluções de mobilidade, com capacidade de executar através de terminais tipo PDA ou smartphone, actividades tradicionalmente disponíveis a partir de PCs ligados à rede.
 
O conceito “mobile business” caracterizado pela ubiquidade, localização e acessibilidade (capacidade de disponibilização de informação essencial ao negócio para junto do seu actor directamente no ponto de acção, colocando por exemplo equipas de venda perto dos clientes, etc.), começa a tomar dimensão no segmento empresarial.
 
 Serão desenvolvidas também aplicações como novas gerações de sistemas de gestão de tráfego, sistemas de navegação e informação ao indivíduo em trânsito ou o uso de portagens (modelos pay-per-use) e pagamento de estacionamento virtuais, para além de toda uma gama de novos serviços e funcionalidades que a integração da função “posicionamento” com sistemas de informação e comunicações móveis possibilita.
 
Em termos de dispositivos e equipamentos o mercado da mobilidade evoluirá de objectos para infra-estrutura invisível, embebida na vida urbana diária e integrada com sistemas centrados no utilizador.
 
Os custos "externos" da ineficiência na mobilidade urbana e na comutação diária casa-emprego são impressionantes: 2% do PIB europeu é desperdiçado nos engarrafamentos, 32% da energia consumida na União Europeia é gasta nos transportes, 10% das emissões de dióxido de carbono comunitárias são provocadas pelo tráfego automóvel nas regiões urbanas.
 
Várias têm sido as medidas preconizadas pelas grandes cidades, no sentido de se atingir a compatibilidade entre a qualidade de vida, o ambiente e a necessidade de mobilidade de pessoas e bens, restringindo o acesso a determinadas zonas ou desenvolvendo iniciativas de gestão de tráfego, onde o automóvel é visto como a oferta de um serviço em vez de um produto (exemplos: táxi, car-sharing, etc.) e a mobilidade como uma “utility”.
 
Surgem assim novos conceitos de transporte associados a um sistema integrado de informação de suporte à gestão urbana, com impacto para o desenvolvimento dos sectores automóvel e TICE, por exemplo a criação de redes de mobilidade, em que as pessoas deixarão de adquirir o veículo automóvel, passando em seu lugar a consumir um serviço proporcionado pela utilização do veículo, medido em distância e em tempo. Daqui resultará uma factura de mobilidade a ser enviada periodicamente para a residência do utilizador com as componentes do serviço consumido (utilização de veículos, táxi, transporte público, etc.).
 
Existe assim uma tendência para a utilização de Intelligent Transportation Systems (ITS) nas cidades, sistemas de gestão de tráfego, sistemas de pagamento electrónico, sistemas de gestão de frotas, sistemas de informação de suporte à navegação dentro do veículo, informação de segurança, sistemas avançados de controlo da segurança do veículo, Internet, wireless e cartões inteligentes.